quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A Terra Prometida

Resolvi fazer a legendagem do vídeo no YouTube com o último discurso de Martin Luther King Jr. Um verdadeiro profeta, mundano, de carne-e-osso, que utilizou a arma mais poderosa para combater a discriminação: a auto-estima.

Como ele já tinha afirmado no discurso "Eu tenho um sonho", a tal Terra Prometida era aquela que honraria o artigo primeiro da constituição americana de 1780, que disse:

"Todos homens nascem livres e iguais, e possuem certos direitos naturais, essenciais e inalienáveis; entre eles o direito de desfrutar e defender suas vidas e suas liberdades; o direito de adquirir, possuir e proteger suas propriedades; em suma, o direito de perseguir e obter sua segurança e felicidade."


Hoje sabemos que as pessoas não nascem iguais. A natureza nunca foi e nunca será igualitária. Ao invés de ficar se lamentando pelas diferenças de sorte, beleza, riqueza, altura, cor, inteligência, etc., o que só alimenta a inveja e o ódio, o melhor que temos a fazer é aceitar esse mundo como ele é. Um mundo de iguais pode existir apenas na imaginação, ou na contemplação de um formigueiro. Lutar contra as leis da natureza só colabora para afligir o espírito. Quem não aceita a morte acaba desperdiçando a sua vida na procura de uma outra no além. Quem não aceita as diferenças, procura conforto num Deus igualitário que criou um mundo desigual sabe-se lá o porquê. Alguns parecem que se frustram com essa incoerência de Deus e partem para a implementação do igualitarismo no pau, como se fosse possível ignorar a gravidade.

A Terra Prometida de Martin Luther King não era um mundo de iguais, mas sim uma terra onde as regras do jogo são iguais para todos, independentemente de suas diferenças de DNA. Um homem só pode ser julgado pelas suas escolhas morais que definem o seu caráter social e sua auto-estima. Acho que foi isso que Martin Luther King viu do topo da montanha.